quarta-feira, 23 de julho de 2008

[Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior]


Pena
(Fernando Anitelli E Maíra Viana)

O poeta pena quando cai o pano

E o pano cai

Um sorriso por ingresso

Falta assunto, falta acesso

Talento traduzido em cédula

E a cédula tronco é a cédula mãe solteira

O poeta pena quando cai o pano

E o pano cai

Acordes em oferta, cordel em promoção

A Prosa presa em papel de bala

Música rara em liquidação

E quando o nó cegar

Deixa desatar em nós

Solta a prosa presa

A Luz acesa

Lá se dorme um sol em mim menor

[Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior]

O palhaço pena quando cai o pano

E o pano cai
A porcentagem e o verso

A rifa, a tarifa e refrão

Talento provado em papel moeda

Poesia metamorfoseada em cifrão

O palhaço pena quando cai o pano

E o pano cai

Meu museu em obras, obras em leilão

Atalhos, retalhos, sobras

A matemática da arte em papel de pão

E quando o nó cegar

Deixa desatar em nós

Solta a prosa presa

A luz acesa

Já se abre um sol em mim maior

[Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior]

Nenhum comentário: